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05/11/2017

[Report] Halloween Metal Fest em Setúbal

Este ano as festividades do Halloween começaram mais cedo em Setúbal com o Halloween Metal Fest na Sociedade Musical Capricho Setubalense.

No primeiro dia tivemos Legacy of Cynthia, HochiminH e Hills Have Eyes.


Legacy of Cynthia foi a banda escolhida para iniciar esta festa. Eram 22h quando começámos a ouvir a Intro a chamar-nos para perto do palco.

Apesar de ainda haver muita gente a chegar, já havia um considerável número de pessoas que foi aumentando com o decorrer do concerto. Esta banda Sintrense mais uma vez hipnotizou o público com a sua sonoridade muito particular e cada vez mais apreciada de alternative metal, como podemos constatar pelos fortes aplausos entre músicas.
De entrada pudemos desde logo ouvir Rats And Rattlesnakes, o tema do último vídeo lançado no final de Agosto. Ouvimos ainda Seven Sins, Dorian's Portrayed do álbum anterior e tivemos uma ligação de Lygophilic e Feet of Clay com uma “chuva de cartas” atirada à plateia.
A banda, apesar do calor visível em cima do palco e com uma indumentária (camisa preta e gravata branca no geral e Peter de casaco bordeaux, colete e chapéu) que em nada facilitava a situação manteve-se sempre muito enérgica e animada e em excelente sintonia. A atuação terminou com a sala já bastante composta.

HochiminH vieram de seguida, bastante animados e munidos de uma boa disposição contagiante, começando logo com “uma música romântica” – Liar. Estava dado assim o início de um concerto fantástico desta banda de metalcore Bejense.

Tivemos oportunidade de ver durante toda a atuação o quanto são apreciados pelo público que cantou e acompanhou com aplausos os vários temas interpretados. Enjoy the silence foi o culminar da demonstração do seu apreço ao ser cantada em “coro”.
I am deu início ao circle pit, um desafio que Skatro lançou à “ velha guarda “ e que foi aceite de imediato.
De seguida tivemos uma volta ao passado: Reload, Way of Retain e You Let It Flow (a primeira música da banda) que encerrou assim este excelente concerto.

Para finalizar nada melhor que os “filhos da terra”, Hills Have Eyes.
Apesar de estarem “ em casa “ não foram muito felizes no início do concerto, com alguns problemas técnicos de som interrompendo o concerto por uns instantes, não obstante Fábio ter sido um excelente comunicador suavizando assim o impacto.
Logo a situação foi resolvida e puderam retomar com sucesso às atividades. Os temas interpretados foram divididos entre os álbuns Antebellum e Strangers.

Anyway it’s Gone foi uma música dedicada a More Than A Thousand com a entrada de Vasco Ramos de rompante em palco para surpresa e satisfação de todos. Como sempre nos concertos desta banda o público é de uma dinâmica incrível, cantando, aplaudindo, havendo muito mosh e um ou outro crowdsurf pontual.

No segundo dia podemos contar com a presença de Ash is a Robot, Heavenwood e Bizarra Locomotiva.


A abrir as festividades tivemos mais uma banda oriunda da cidade: Ash is a Robot tomaram o palco de assalto com toda a sua energia e obstinação apesar de, tal como na noite anterior, ainda estar bastante gente ausente.

Foram tocados vários temas acompanhados pelos poucos que estavam aquando do início e se mantiveram até ao fim sempre participativos. Já a sala estava composta quando Cláudio Aníbal pede a toda a audiência que se sente no chão. Com também ele sentado no palco partilhamos um momento “ ternurento ” com todos os presentes a acompanhá-lo no refrão de Hit me baby one more time de Britney Spears antes de Ariadne e Money terminarem este concerto muito sui-generis.

Vindos de mais longe e com uma postura mais refletida tivemos os portuenses Heavenwood que fazem este ano 25 anos de carreira.

Sala cheia, gravador a rolar, pano de fundo, painéis ilustrados, tudo estava a postos para o concerto que se iria seguir. Tivemos oportunidade de ouvir temas dos cinco álbuns com enfoque especial no The Tarot Of The Bohemians.

Novamente (como no Moita Metal Fest) foi Miguel Inglês com a ajuda de Ricardo Dias a dar voz a mais uma atuação da banda. Todas as músicas foram entoadas em comunhão com o público. Por esta altura a sala já estava lotada e poderíamos constatar que a opinião era unânime em relação a esta fantástica banda que conquistou cada um de nós com a sua experiência, o seu profissionalismo e as suas melodias.



Bizarra Locomotiva entrou em palco “ a todo o gás”. Uma “ máquina “ imponente, bem oleada e devastadora que só pára após o “ arraso ” total da energia dos presentes.


E desta vez não foi diferente. Apesar de algumas questões técnicas que levaram a uma breve interrupção do concerto “ forçada “ pelo profissionalismo de Sidónio, rapidamente a banda voltou à carga com a assistência ao rubro, numa sala “ à pinha “, por onde o mesmo se “ infiltrou ” cantando com o público, chegando a entregar o microfone e desaparecer por momentos, reaparecendo depois em palco.

A manifestação em massa era tal que podíamos sentir o chão a “ tremer “ entre mosh e saltos e cânticos. Tivemos ainda um momento teatral, com uma espécie de monge a segurar a Bíblia para leitura enquanto a atuação. Com o público a chamar “ Bizarra ” ainda tivemos tempo para um encore,  sendo com Sidónio já descalço e em boxers que ouvimos Homem- Máquina e Cavalo Alado. E assim terminou mais um concerto épico e consequentemente este festival.



Durante este evento, inúmeras foram as bandas que referiram o fato de Setúbal ser uma cidade “ pobre “ de espetáculos similares e a apelarem para a continuidade. Este foi sem dúvida um festival que todos gostaríamos de ver repetido em anos vindouros.

Texto: Margarida Salgado
Fotos: Nuno Santos (todas aqui)
Agradecimentos: Luis Sousa pelas fotos de sexta-feira (todas na página Luis Sousa Snapshot)






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